Não existe uma visão unilateral. A vida é isso, você é isso, não tem jeito. Caminhar ao lado de pessoas progressistas dói mais, você tenta ignorar a angústia interna -algo desesperador para quem lembra de pensar na própria alma.
Existem os dramas cotidianos, variante de pessoa à pessoa; algo como um destino já esboçado que lhe permite compreender porque alguns são tão simples e outros são tão camuflados dentro de si mesmos, perdidos. As peças precisam ser diferentes para que se encaixem, não seria mundo se tudo fosse igual, as perguntas não seriam necessárias e o nosso grande segredo seria o contentamento (já declarado em nossas caras chatas, todas iguais).
Não digas também, bem-aventurado ou coitado, mas é fato que muitos pequenos (ou espremidos por dentro) chegam no forte, mas e o saldo? Sempre haverá alguém selecionando, estaremos sempre sujeitos à aprovações de alguns que podem preferir os candidatos que chegam, que pegam, que tocam, que falam com mais facilidade.
Eles levarão em conta seus olhos fundos, sua mão cortada, seus cabelos maltratados, sua estrada cheia de atalhos, seus recomeços... Bom seria agora um discurso otimista que fizesse desse texto uma ode à esperança, mas quem diz, pensa ou esboça isso sabe que será reprovado. Existe uma realidade que se esconde dos nossos olhos, que vivemos ou em que nos fazemos de cegos progressistas. "A gente vive" e finge não viver, mas tem uma hora que a refração de luz não ajuda e essas muitas palavras emboladas se obrigam a fazer sentido.
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