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22 de maio de 2012

o clichê "tempo"

Um dia, qualquer ser já desenhou um sol no pedaço branco de papel. Estudou o feudalismo, debateu escolas literárias, comentou sobre o despertador, bateu o ponto, falou que não dava mais tempo: mediu períodos!

Que a vida não te seja ampulheta imaginária, que te serve para moldar os passos em constante desespero. Que o teu sonho não se esgote nessa areia contada, que cabe a um alguém de olhos atentos, longe dos seus sonhos, alguém que conta seu tempo sem você, grão a grão, pois que as mais doces e sublimes fantasias se ocupam de períodos não-matéria, não obstante então.

Enquanto o motor do carro cheio de portas, cheio de rampas, de eletro-facilitadores pelas casas, pelos terminais e pelos bancos que guardam preciosos sonhos. Coisa triste é medir período! Porque período é sempre coisa vinda sem controle, com metas e com motivos que catalogam o que somos, sem a gente querer ser, ou ir, ou vir, ou simplesmente não ser. 

Viver não é a parte difícil, desafio é olhar todos os dias os mesmos ponteiros e ver além do que aponta o calendário. Os prazos que nos destroem quando não cumpridos, os níveis que um manual imaginário impõe e gasta a nossa pele que se retrai. E a raça humana se escraviza do próprio tempo que cria, e morre pensando que venceu mais um dia. O clichê "tempo".

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