É quando olho em teus quadros e não me vejo, entre seus
sorrisos não me encontro, entre os farois da manhã e os da tarde, sou eu quem
não está do outro lado da faixa.
Eu que sempre exato baixei a minha guarda, tirei a cortina
das janelas, abri as portas, cerrei as fileiras. Eu, que hoje não me vejo, não
estou, não me encontro nesse seu mundo doce, nesse seu mundo belo que meus pés
pisoteiam nos sonhos.
Mancho suas telas brancas com barro, mancho tudo sem nada colorir.
Eu. Só eu que não carrego o dom de pintar-lhe na cara um quadro
feliz.
Eu. Que antes de cansar a ti, cansei a mim.
Eu. Que já me desfaço de tudo, que já não sou ou estou.
Eu. Que mirei de ti as mais pesadas palavras, recolhi como
flores, silenciei e fui pra mais perto do que é meu. E vi voar.
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