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23 de outubro de 2011

Literalmente, leia-me (Para minha libertação!)

Acho que nossa amizade, essa coisa tã família que sempre tivemos,sempre foi algo que nos agarramos, tamanha segurança de ter algo tão precioso em meio ao caos que é nossa vida. Sempre fomos "eu e tu", ou "tu e eu"; o que nunca fomos foi seres separados.Tudo sempre foi tão perfeito que secretamente eu sempre me sentia "vingada", pois deus sempre me houvera dado pilares (você sempre foi vários, pra todas as horas, para todos os meus erros e acertos). Sabe como é não aceitar nada meno do que esse "tudo" que juntos sempre fomos? Então...
Não lembro quando "tudo" ruiu pela primeira vez, o que eu disse, o que você disse. Não lembro, recordo do dia que comíamos, eu ria e você não. Eu TE perguntava e você pedia, para alguém que não estava presente,te salvar. Lembro quando você disse "criações diferentes" enquanto comentávamos a situação do japonês. Lembro quando você me ligou e eu fiquei muda, quando eu comecei a me sentir no meio de uma guerra tentando me esconder da minha própria e inevitável mágoa, e todo o resto se afastando de mim.
Eu tentei o silêncio, a falta de atenção, tentei tudo que trouxesse de volta o "tudo inteiro" que eu sentia falta, que não se dividia, que era nós. Lembro que chorei ao ver a guerra. Sim, era guerra. Quando eu via um jogo de fragilidade, daqueles que estavam do meu lado e me disseram para mandar você para o inferno ou entender tudo como uma crise; vi um outro jogo, do nosso antigo lado, quando a nossa distância virou brecha para que outros se aproximassem de você.
Lembro de ontem, quando você chegou e ignorou minha presença, depois, um olhar indiferente enquanto eu falava. O meu tudo simplesmente não existia, uma coisa sem nome, sem diálogo, sem preocupação nos tornou duas: eu me tornei suevelin e você se tornou ...
Sempre tentei me aproximar, não inflamar a guerra, não estancar o sangue e sim deixar ele ir para onde ele quisesse. Pra mim nunca houve distância, incorporei uma coisa chamada "mágoa" pra dentro de mim, por não ver você lutar pelo nosso tudo, mesmo quando a mágoa, visivelmente me consumia na sua frente.
Entendo que as diferenças e os gostos adversos existam, que o tempo e as companhias nos distancie em algumas casa, mas nada pior que a indiferença.
Não vou mais dizer de mim, o que eu queria, o que estou sentindo agora... Tudo está claro, assim como quando uma coisa de valor cai no chão e a gente corre para pegar, não adianta se consumir por dentro, ou pensar pra si, assim ou assado. Eu me camuflo de dor, de mágoa explícita que você nunca me questionou. Por mais que eu quisesse,
nossos amigos já não são os mesmos. Eu te pergunto, quem se preocupou em sentar com a gente e dizer "vamos resolver a situação"? Não me lembro de ninguém, além delas duas que vieram falar comigo hoje, que te viram chorando... E o resto? Onde estão os nossos amigos que assistem a tudo isso? Será que a guerra e a perda são só minhas?
Será que você lembra quem eu sou? Meus calos são visíveis, os motivos...? Já te bati ou impedi de alguma maneira de falar o que acontece ou o que pensa ou simplesmente não vale a pena pra ti?
Como pode ver, esse foi meu máximo. Não consigo mais virar a página se estão todas furadas. Para isso não existe reserva, ou você luta pelo o que quer ou deixa ir! Te olhando nos olhos vi que você não está no eixo também. Abandonar o "isso" curso é um reflexo da sua falta de forças, não estou julgando, mas me parece que você está fazendo o mesmo comigo. Não sou perfeita, mas quando foi que você quis me ajudar? Você criou uma reserva,um amigo imaginário, está escrevendo para pessoas desconhecidas, falando com a doutora? Essa perguntas me cabem? Também não sei.
Quando você tropeçou e pensou sobre isso? Não pode viver de surtos psicológicos controlados por uma análise que você mesma faz para se moderar. Lembrando do seu rosto penso se vai adiantar isso tudo, meus dedos doem, meus olhos também. São mais de 4 mil caracteres pra dizer que te amo, que vejo tudo desabando e em cacos por todos os lados.
Hoje infelizmente não sou mais do que essas palavras, sinceras e solitárias. Sou uma ilha. Não queria ser essa ilha. Queria apenas desdobrar a minha mágoa com você, conversando, mudar essa sensação triste que tenho quando nos falamos, ou quando nos calamos. A rima foi espontânea. Boa noite.

(um e-mail que flui, a lágrima que decodifica a alma, eu decodifico na palavra!)

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