Essa foi a última mensagem de Lins quando nada mais fazia sentido, já havia caminhado por todos os canteiros e terrenos; em 24 horas sua mente permitiu que provasse das possibilidade todas que lhe foram especuladas. Primeiro, não por ela, mas por quem lhe chamava lá pra fora... Não inspirava segurança, expirava a necessidade de segurança para o castelinho de cristal trincado.
Lins tinha pouco mais de 20 anos, era pouco mais que uma mulher vestida de interrogações que nunca decifrou, mas que aprendeu a conviver! Um hoje, então mulher que disse não conseguir dividir seu presente com o passado.
Ela sempre diz que ama, nunca acontece certo o amor. Ficava pensando que se odiasse ou negasse à tudo talvez algo finalmente desse certo. Voltou ao passado, lembrou de cada gota expelida enquanto franzia a testa; lembrou do flagelamento de outrora e concluiu que negar-se mais uma vez a si mesmo não daria certo - não seria suportável!
Seu aparelhinho, sem teclas com uma borracha dura que deformava a ponta dos dedos lhe permitiu sair do chão por alguns sms, por alguns minutos. Disse que "o silêncio mata", e como mata os nervos ouriçados que depois de alguns gratuitos 20 torpedos (senão bem mais) sem resposta. Como veria quem está do outro lado desse aparelho tão miúdo, tão barato, tão descartável e tão insuficiente -dizendo do amor de Lins nos conjuntos de palavras enviadas?
Talvez, de tão trincado do outro lado nem entenderia - pensava Lins! Nem Lins sabia, não sabia nem se era anjo ou ninfa -como saberia de qualquer coisa fora de si? Mas de fato, já queria. Tudo aconteceu quando as palavras confirmavam 'o sim'; ora tímidos, ora fragilizados, ora ardentes, ora perturbados... Mas depois de dito para Lins era o mesmo que vestido, compenetrado, incutindo desejos que o próprio título, o próprio sms em negação rejeita.
E como humano (a) que é, por trás do "fake Lins" um anjo ou uma ninfa dorme dizendo não com sim, um misto do querer daquilo que não é seu. E o que sabe? Que não pode pegar aquilo que não é seu...
"Não, deixa!"
(porque você não é minha) - Pensou Lins.
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