E depois, de dias, de sete dias – ou talvez sete semanas,
sete meses de fim (quem saberá isto?) – eis que mesmo recoberta de poesia a ponte
permanece caída. Onde estará meu reencontro?
Comigo. É só isso o meu pedido mudo.
(em seguida descubro isto)
Nessa manhã de caos, tratei de me perder pela segunda vez.
Do outro lado fiquei, me arrastei, me levei sem eu. Um corpo morto, alma
ausente. Eu sem nada.
Me parece tudo um conto, em que porção dobrada, ei de moer
meus sonhos. A cada riso, duas pancadas; a cada avanço duas tropeçadas. Onde
irei parar? Na minha casa? Na casa de meus familiares? Não sei.
Estendo um pouco mais as palavras, agora não mais a casa,
mas o mundo. O mundo todo se encolhe. A espuma dos dias me cobre.
Um dia, quem sabe, eu não torne a ser apenas aquele ser
vazio com dor nas costas. Já estaria bom. Seria o fardo base – que a gente
sempre suporta.
Por enquanto tudo ruge em volta, enquanto através dos meus
olhos vou chorando todo mar que já toquei. Foi tanto mar. Vou desaguando
caminho a fora, e me fico entre um surto e outro pedindo comportas, comportas,
arrecifes, comportas para minha dor.
Inatingível, só por hoje na minha solidão. Como queria. Ao
invés disso, o assombro dos dias na beira do mar, como eles me pesam. A minha
beleza do passado me assombra. A minha história me absorve.
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