Páginas

7 de junho de 2011

Na 1ª pessoa (2)

Os vidros embaçados, os riscos e os traços dos dedos que os arranharam de gastura. Suor no rosto e no corpo todo, hora faz frio, hora faz calor; hora faz frio e calor no mesmo corpo.
Agora, a ponta dos dedos estão quentes como brasas, como gravetos que incendeiam-se em tamanha ânsia em faiscar.
Os músculos das mãos parecem falar, parecem querer algo ainda fora de alcance
As pernas cruzadas, rígidas de regras sociais que as ensinaram, de controle que tenta exercer...
Os braços se articulam delicadamente, tocam outros corpos e a permitem respirar mais de seu próprio calor.
Como se finalmente abrisse as portas que rangem, a luz entra por todo batente que cai; para que janelas se já houvera escancarado a porta?
A fala, o gesto das mãos, os olhos que já não se abaixam mais!
Que não lhe seja dado nome, que seja puramente isso. Nem para um nem para outro, que nem todos vejam o que também pouco importa. Leve como folha que cai de árvore, ardente como chama de fogueira, límpida como o ar que não se vê!

Entender? Para que entender aquilo que está em constante transformação?

O prelúdio acontece sempre, não se faz ou projeta, ele acontece! Enquanto isso os ossos alarguessem, a maçã do rosto toma forma, coisas arredondam outras se esticam; o sonho das asas acabam, as fábulas...
A melhor parte é ver, é enxergar-se no espaço e ver que você é o grande agente da sua vida; que a liberdade se pratica todos os dias, a paixão pelas coisas, o brilho, a penumbra...
Eles brilham diferente hoje, tem mais vida esses olhos, e dizem que este é mais um prelúdio do que vem...

Nenhum comentário: