Páginas

22 de junho de 2011

Na 1ª pessoa (5) - Kriptonita

Você cabe aqui dentro, com seus infinitos demônios e anjos (quando te chamo), porque de alguma maneira te abri uma porta que não sei como fechar, não agora!
Bate um vento suave às vezes, que hora me enfraquece, hora me envaidece de ser e ouvir aquilo que vês em mim...

É uma estranha montanha russa, e eu sempre tive medo de altura - você sabe (você viu antes de te contar). Me assusta sua capacidade quase ávida de me desvendar nas palavras (não sei se queres, mas o faz de maneira que me encanto pela raiva que me causa).

Me causa tanta coisa, e quando vejo já sou um resultado seu; quando vejo estou falando e gesticulando como uma louca na sua frente! Sua grosseria me traz risos, não me acanho- sinto esquentar e esfriar e reesquentar...

Você, sem perceber me dá a liberdade de criar loucuras, com a desculpa de que preciso viver.

Tento me enganar, fingindo me resguardar de um encanto, mas é impossível! Na minha confusão, na minha estranheza as palavras revelam o encantamento, do tipo que sente dor e prazer no mesmo tempo...
A gente descobre que a pele sensível encontra outra pele sensível, elas se chocam e ardem desesperadamente. Lá fora está tudo em desordem, aqui dentro as portas abertas abrigam seus infinitos "eus" enquanto nossa loucura se cumprimenta sem nenhum beijo.

É tudo à minha maneira, que também duvido que exista... Te olho com uma muralha do tamanho do mundo, acredito que nunca vou passar por ela: E mais eu quero, e mais me apoiam (meu próprio querer e meu próprio medo).

Kriptonita...

Até meus fios de cabelo mudaram em nossa realidade impactante, que me enfraquece e me põe na ponta de um penhasco. Paixão é palavra pouca, pequena pra dizer, o medo me move...
Sem perceber, sem racionar (porque não faço mais isso, tudo é instinto) eu caminho praí!

Nenhum comentário: