Queria testar a fé, só por isso também. Nem se deu o trabalho de ajoelhar (por que precisaria, se por dentro estava tão revoltada?), deitou rápido na cama e se enrolou nas duas cobertas. Expirou um pouco mais intensamente, estava de certa forma nervosa.
Era como ver a vida toda apregoada de desgraça e maledicência, muita maledicência. Blocos caindo um a um, mesmo sendo a única confiante na justiça que vem das sublimes e tão sagradas nuvens.
Não demorou muito, trincava os dentes; os pelos do corpo todos arrepiados enquanto ela pensava nos últimos quatro meses. Antes que pensasse mais fez uma rápida prece (se é que era): por aquilo que carregava no peito, pelos de perto e por aqueles de mais longe. Não lembro de tê-la visto fazendo o sinal da cruz, nem falando amém, nem se virando na cama (como faz sempre, até achar uma posição cômoda e dormir).
Inspirou, expirou (profundamente); cobriu os ombros e ficou olhando um bom tempo para o teto. Acho que pensava em desistir de tentar fazer aquilo novamente, afinal, nada havia mudado (ou os ateus de plantão estavam lhe 'emprestando' dúvidas?).
Quando não faz sentido pratica isso, nada parece mudar! Justificando assim os suicidas, os depressivos, os mortos, "os vivos". Faltam muitas respostas para essas almas.
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