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8 de junho de 2011

Na 1ª Pessoa (3) - "Politicamente Correta"

Primeiro que não sou, segundo que não quero ser! Das coisas que minha mãe ensinou, as que mais lembro são: "não roube, não mate, trabalhe e arrume um marido". Essa última foi a mais latente, mas não arrumei.
Nunca soube ser "correta" como eles pedem e esperam que eu seja! Sou na verdade o avesso do que deveria; cantoria de louca, escrevo como louca e para loucos - sou, estou e procuro o direito de ser eu sem precisar dizer se estou sendo "politicamente correta".
Minha mente é um rio violento, minhas veias saltando nas mãos e nos pés mostram a força do vento.
Nunca quis assumir meus vazios, mesmo quando falava deles, o tempo todo quis praticar o desapego de minhas mágoas, mas vejo hoje que não consegui...
Agradeço ao céu por isso, afinal, essa é a condição humana, estou sendo normal em escrever tais palavras, visto que não se recebe manual para viver na terra de gigantes.
Não tenho ódio deles, eles para mim são gigantes que mandam nas terras, mas ainda sim não limitam minhas palavras...
Gosto de escrever quando meu corpo pede, fico tentando descobrir o que me arde e onde está a ponte que me dará motivos de transcrever minhas sensações dando espaço para que um outro leia-me.
Já falei que não sou "politicamente correta", se o fosse não escreveria na 1ª pessoa, não postaria nesse canto. Se eu fosse "politicamente correta" pararia na 1ª página azul (estou na 3ª), mas não sinto vontade de parar agora.
Ser isso, que eu escrevo e releio, é como partilhar o que sou comigo mesma. Deixo que os meus sentimentos corram livremente, sem censuras; transcrevo-os, releio todos para me entender (o que de fato, funciona) e me sinto aliviada.
Depois, releio tudo novamente; cheia de sede e vontade de preenchimento. Grifo alguns trechos, constato meu isolamento do mundo, e quando vejo que para mim isso fez sentido: publico no blog...
Não é "politicamente correto", deveria estar lendo o caderno de economia, escrevendo lides, vendo mapas, estudando história e aprendendo a falar inglês (deveria mesmo?)...
Mas não sou "politicamente correta", por isso encho de vírgulas meus textos, escrevo livremente de forma conotativa, acrescento segredos e excluo fatalidades. Faço isto a minha forma sabendo que a consequência é ser censurada, muitas vezes por mim mesma.
Meus livros, a minha lista é curta como minhas pernas; meu conhecimento de política é curto como meu sobrenome.
Sofri muito (e ainda sofro) por agir assim, tão diferente, e mesmo que não julgada como "não politicamente correta": diferente!

Essa é a hora que eu respiro, com sorte alguém lê, por milagre alguém entende. Não quero nada além de mim, minha produção é egoísta como eu, narcisista em alguma coisa na vida, tentando resgatar meus valores de individualidade!

*Eu, no Parelheiros lotado às 23hs, dia 7 de junho...

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