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15 de outubro de 2013

Chove forte, meu amor não veio dormir em casa.
Penso sobre a vida, e diferente de antes, toda vez que escrevo na primeira pessoa me sinto uma fracassada!
Desde as dissertações do ensino médio, às aulas de redação no jornalismo, escrever na primeira pessoa é assinar o atestado de mediocridade. A verdade é que depois de tanto tempo, essa continua sendo a minha única expressão, diferença apenas que hoje já não estou mais tão confortável como meus "meus" e "eus".

A chuva quando cai no telhado, põe a gente tão pensativo.
Amanhã cedo é dia de médico. Dia de levar os exames e finalmente descobrir se andarei mais 5 ou 10 anos. O tempo não se perdoou, desde a infância meu tempo já estava comprometido com a doença e fragilidade que aos 22 anos seriam os principais entraves das minha felicidade - fora a mente (essa dispensa comentário neste parágrafo aleatório).

Não me estranha Cecília Meireles ser o livro de cabeceira. A cada 10 versos - 10 tipos de despedida. A cada conto uma história trágica. Essa sempre foi a minha autora preferida, até que chegou Eliane Brum - a minha alma com voz e escrita.

Tenho lido tantos textos, e escrito tantos outros, mas nenhum deles sou eu. Esse, por mais patético é meu, para meu consumo, para minha sede, para o meu legado. Meu! A vida precisa ser um pouco nossa.

Relâmpagos a parte. Minha casa parece grande.Meus pesam e não consegui dizer tudo o que precisava.
Parou de chover, acabou o som.