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26 de outubro de 2011

Dói, finca no centro do tórax entre os pequenos seios. De ponta grossa, não vai atravessar a parede do tórax dela, vai destruir, inflamar e doer enquanto apodrece.
Todo resto não importa. O estômago vazio nada em ácido, range e ela mal percebe. É o peito quem recebe a forma de um áspero e doloroso sentimento. Mata. É um pensamento ou angústia que se materializa por dentro. Sem ar, ela discretamente geme.
Suor escorre. Dói! Maconha no universo legalizado? Não, desse estado não passa. Filtra pra si tudo quanto é energia, materializa no peito um câncer. Range, já não sonha, não sangra, não ama, não encanta. Nada mais. O ésse estridente enquanto cala. Vai se afogando no silêncio e na matéria que toma forma. Vaporiza e liquidifica uma gosma da cor do esmalte que descancou de quatro unhas. Chocolate é a cor!
Contorce e chora, o dia inteiro. No processo de materialização, o psicológico é sua ruína. Inflama cada hora mais, não se medica. Apodrece. Enquanto lê ou escreve. Enquanto olha o céu e se vê misravelmente viva, apodrecendo. Assiste a alma, primeira que se deteriora. Fincada no tórax, alma vaporizada que virou matéria no laboratório de alguém. Inflama e apododrece.

24 de outubro de 2011

e se eu me calar, pelo motivo que for, não esqueça que te amo!

Deus, que tudo se rompa de vez, que a mente não suporta. No corpo, falta o ar!
A voz está amansando, mas me rasgando estou por dentro no meu sopro. Produzo com mais facilidade, eles gostam enquanto só vejo miséria... Miséria!

Deus, que meus olhos estão em poças e eles os veem emocionados, que minhas mão estão rígidas e eles as veem agitadas. Não tenho eu alterado em nada o que entra no meu copo, o que na minha boca entra e no que meus olhos filtra. Vejo uma doença, não sei de quê!

Deus, que se eu sumisse hoje, nada me faria falta. Flagelo-me em silêncio, na verdade universal que no silêncio tudo toma maiores dimensões.

23 de outubro de 2011

Literalmente, leia-me (Para minha libertação!)

Acho que nossa amizade, essa coisa tã família que sempre tivemos,sempre foi algo que nos agarramos, tamanha segurança de ter algo tão precioso em meio ao caos que é nossa vida. Sempre fomos "eu e tu", ou "tu e eu"; o que nunca fomos foi seres separados.Tudo sempre foi tão perfeito que secretamente eu sempre me sentia "vingada", pois deus sempre me houvera dado pilares (você sempre foi vários, pra todas as horas, para todos os meus erros e acertos). Sabe como é não aceitar nada meno do que esse "tudo" que juntos sempre fomos? Então...
Não lembro quando "tudo" ruiu pela primeira vez, o que eu disse, o que você disse. Não lembro, recordo do dia que comíamos, eu ria e você não. Eu TE perguntava e você pedia, para alguém que não estava presente,te salvar. Lembro quando você disse "criações diferentes" enquanto comentávamos a situação do japonês. Lembro quando você me ligou e eu fiquei muda, quando eu comecei a me sentir no meio de uma guerra tentando me esconder da minha própria e inevitável mágoa, e todo o resto se afastando de mim.
Eu tentei o silêncio, a falta de atenção, tentei tudo que trouxesse de volta o "tudo inteiro" que eu sentia falta, que não se dividia, que era nós. Lembro que chorei ao ver a guerra. Sim, era guerra. Quando eu via um jogo de fragilidade, daqueles que estavam do meu lado e me disseram para mandar você para o inferno ou entender tudo como uma crise; vi um outro jogo, do nosso antigo lado, quando a nossa distância virou brecha para que outros se aproximassem de você.
Lembro de ontem, quando você chegou e ignorou minha presença, depois, um olhar indiferente enquanto eu falava. O meu tudo simplesmente não existia, uma coisa sem nome, sem diálogo, sem preocupação nos tornou duas: eu me tornei suevelin e você se tornou ...
Sempre tentei me aproximar, não inflamar a guerra, não estancar o sangue e sim deixar ele ir para onde ele quisesse. Pra mim nunca houve distância, incorporei uma coisa chamada "mágoa" pra dentro de mim, por não ver você lutar pelo nosso tudo, mesmo quando a mágoa, visivelmente me consumia na sua frente.
Entendo que as diferenças e os gostos adversos existam, que o tempo e as companhias nos distancie em algumas casa, mas nada pior que a indiferença.
Não vou mais dizer de mim, o que eu queria, o que estou sentindo agora... Tudo está claro, assim como quando uma coisa de valor cai no chão e a gente corre para pegar, não adianta se consumir por dentro, ou pensar pra si, assim ou assado. Eu me camuflo de dor, de mágoa explícita que você nunca me questionou. Por mais que eu quisesse,
nossos amigos já não são os mesmos. Eu te pergunto, quem se preocupou em sentar com a gente e dizer "vamos resolver a situação"? Não me lembro de ninguém, além delas duas que vieram falar comigo hoje, que te viram chorando... E o resto? Onde estão os nossos amigos que assistem a tudo isso? Será que a guerra e a perda são só minhas?
Será que você lembra quem eu sou? Meus calos são visíveis, os motivos...? Já te bati ou impedi de alguma maneira de falar o que acontece ou o que pensa ou simplesmente não vale a pena pra ti?
Como pode ver, esse foi meu máximo. Não consigo mais virar a página se estão todas furadas. Para isso não existe reserva, ou você luta pelo o que quer ou deixa ir! Te olhando nos olhos vi que você não está no eixo também. Abandonar o "isso" curso é um reflexo da sua falta de forças, não estou julgando, mas me parece que você está fazendo o mesmo comigo. Não sou perfeita, mas quando foi que você quis me ajudar? Você criou uma reserva,um amigo imaginário, está escrevendo para pessoas desconhecidas, falando com a doutora? Essa perguntas me cabem? Também não sei.
Quando você tropeçou e pensou sobre isso? Não pode viver de surtos psicológicos controlados por uma análise que você mesma faz para se moderar. Lembrando do seu rosto penso se vai adiantar isso tudo, meus dedos doem, meus olhos também. São mais de 4 mil caracteres pra dizer que te amo, que vejo tudo desabando e em cacos por todos os lados.
Hoje infelizmente não sou mais do que essas palavras, sinceras e solitárias. Sou uma ilha. Não queria ser essa ilha. Queria apenas desdobrar a minha mágoa com você, conversando, mudar essa sensação triste que tenho quando nos falamos, ou quando nos calamos. A rima foi espontânea. Boa noite.

(um e-mail que flui, a lágrima que decodifica a alma, eu decodifico na palavra!)

20 de outubro de 2011

Chão, Parede e Teto

Para firmar os pés? Para pregar e reter a memória ou para garantir que o peso da cabeça não é nada que está a cair do teto? Tens um teto?
Disse que queria apenas um punhado de terra, um punhado de terra com um cercado. Um cercado branco, mais nada. Mais nenhum detalhe, só faltava ainda proteger a grama. O chapisco branco de tinta que não podia deixar tocar a grama tão perfeita!
Enquanto gira fora de órbita, fora de eixo, fora de forma segura; sem formatação. Enquanto se perde em insanidade, em idade, desejo e o mundo real - um chão, uma parede e um teto -, concretude! E mesmo visualizando tudo o que lhe seria necessário, tudo fora do lugar. Impossível a concretude, a compreensão. O chão, a parede e o teto, o que serão? Sem respostas, porque de tanta porcaria (e lindeza que tem) ninguém sabe o que é isso que se precisa em baixo, do lado e em cima!

18 de outubro de 2011

Suevelin é... É?

Sou escrita, quase não sou humana! Falar é pouco, no verso é que sou de verdade. Na prosa me deixo, me acho e simplesmente vivo nas linhas. Na minha posição vertical eu suporto, na palavra , grito. Nos meus livros, nos meus cadernos eu sou por inteira, nos meus papéis picados eu me acho; resto me perco, tragédia e comédia da vida que deveria apenas estar num papel.

16 de outubro de 2011

Vê-se aqui um pranto fadigado, cujo caldo grosso em ilimitável capacidade de explicação, demostra no silencio longo entre um soluço e outro todos os sentires sendo inevitavelmente fatiados... Vemos desse lá de cá, muita água caindo do céu, tudo em ruíndo por dentro. Cai com a frente intocada, triste vocação do sentimento espelido de forma pura e silenciosa.

9 de outubro de 2011

SAIBAS...

Criar uma caixa
armazená-la em seu interior
nela exigir e guardar:

a presença de coisas boas
lembranças que inspirem ESPERANÇA

Mágoas, verdades e verdades
Reserva
São paredes de bloqueio

Vejamos aqueles, ou aquele
ou ele
ou você mesmo...
Vejamos que à volta existe tanta sombra!

Então jogue luz, jogue luz
Estamos TODOS debaixo desse céu, não estamos?
Não ignore fingindo não ver os superficiais, que calejados,
se resguardam e saem com seus estilingues pelas ruas...

Saibas criar, guardar, zelar e dividir sua caixa
:)


5 de outubro de 2011

Que essas palavras me livrem de um mundo real que exista lá fora, que minhas palavras me livrem de mim mesma. Que a dor seja menor que outrora imaginei aguentar.
Que meus olhos enlouqueçam de vez e alcancem de vez a esperança utópica. Que eu pare de dizer que essa vida não dará em nada, sabendo tomar uma forte para me alienar.
Que eu não confie nem em mim, na minha tristeza, no meu soluço que sufoco todos os dias quando abro a porta da minha casa e vejo a brisa dizendo que é hora da luta.
Que a vida não me seja mais uma luta, que não doa a hora que abro os olhos na minha cama pela manhã, quando desligo o chuveiro, quando acordo de um breve sonho no ônibus ou quando chego ao terminal Ana Rosa e fico parada olhando o farol. Que essa falta de habitação não me caiba mais.
Que as velas não faltem, já que as luzes tem (falhado).

Amor pra ninguém reparar!

Quem há de negar?
Os passos solitários, desregrados
Ora rápidos, ora lentos
O segredo da alma virgem
Pura de alma pura, pura alma.
Quem há de negar
O peito que arde incessantemente
O amor que lhe tomou cada órgão
Que saiu do papel.
Os corpos não verticalizaram
O encontro não durou mais um dia
Um segredo, uma migalha.
E quem há de negar amor a si mesmo
Se os olhos ardem quando sua brisa bate
Que as mãos suam quando a presença chega
Que o coração dispara ao lembrar o cheiro.
Nada mais puro que a palpitação no peito
O sorriso amarelo que tenta controlar a respiração ofegante
O olhar, este que parece tão violento
Intenso!
(Da janela pra fora tudo pode virar uma paixão)
Da porta pra dentro um silêncio que acalenta
Que viola a paz de quem ama
Que afaga com gelo quem deseja
E dias nascem, e dias morrem
Deslumbro silencio diariamente
Guardado por um laço calado
Estocado
Miudinho
Amor pra ninguém reparar.