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26 de outubro de 2011

Dói, finca no centro do tórax entre os pequenos seios. De ponta grossa, não vai atravessar a parede do tórax dela, vai destruir, inflamar e doer enquanto apodrece.
Todo resto não importa. O estômago vazio nada em ácido, range e ela mal percebe. É o peito quem recebe a forma de um áspero e doloroso sentimento. Mata. É um pensamento ou angústia que se materializa por dentro. Sem ar, ela discretamente geme.
Suor escorre. Dói! Maconha no universo legalizado? Não, desse estado não passa. Filtra pra si tudo quanto é energia, materializa no peito um câncer. Range, já não sonha, não sangra, não ama, não encanta. Nada mais. O ésse estridente enquanto cala. Vai se afogando no silêncio e na matéria que toma forma. Vaporiza e liquidifica uma gosma da cor do esmalte que descancou de quatro unhas. Chocolate é a cor!
Contorce e chora, o dia inteiro. No processo de materialização, o psicológico é sua ruína. Inflama cada hora mais, não se medica. Apodrece. Enquanto lê ou escreve. Enquanto olha o céu e se vê misravelmente viva, apodrecendo. Assiste a alma, primeira que se deteriora. Fincada no tórax, alma vaporizada que virou matéria no laboratório de alguém. Inflama e apododrece.

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