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30 de junho de 2015


Construído o castelinho de areia, vento sopra nas flores. E vai nesse tempo ventando a alegria da certeza, a presença, inseto que boia na piscina e a indisposição. Desculpe, Marina, estou indo à praia sozinha dessa vez.
Dando um tempo nos castelos.

24 de junho de 2015

cptm 18:38 - 03/06

Que guerra é essa que vivemos
Soldados em peso
Armados, vestidos de marrom nas paradas.
Que guerra é essa que não vemos?
A todo tempo gente armada.
Mas e eu, sem nenhuma bala?
Mas e nós?
Estação parada.

sagrado feminino

Que festa seja feita com o sangue
O único que não vem da morte ou da guerra.
Vida, festa e purificação.
A lua brilha alta.
Gratidão!

19 de junho de 2015

ciclo.

Tudo passa, Tonho. Passa rápido. Depressa como foguete, brilhando feito um balão. E quando a gente cansa, Tonho, já não dá tempo, passou o ano. Virou o calendário. Um ano que encerrou.

1 de junho de 2015

Claridade

Quem bate à porta não quer mais do que já sabem todos os moradores do condomínio. Deixar entrar. Não quer quem entra, só quer deixar passar e consumir com poeira o chão da sala, o café na toalha da mesa, a cama de hospital (expressão alheia reproduzida sem identificação).

Silenciar, fumacear. Fumacear e beber água, muita água. Escritório de palavras, tetos, pedaços de fixações nos detalhes do canto da casa. A vista abrangente de uma janela que nas noites se trancam de medo.

Spray de cheiro desconhecido para despistar nas frestas. Fumaceado o ar.

Onde colocar meu rosto? Como segurar os dedos, o teto repleto de objetos delicados pendentes? Quantos outros já bateram à esta porta antes desta mais nova chegada? Onde estarão todos dentro daquele claro rosto? Claridade...

Abranda, cutuca, estimula. Ri tanto, transfere o tom, o som, o vento, a brisa. Me consome.
Autocontrole.