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5 de outubro de 2011

Que essas palavras me livrem de um mundo real que exista lá fora, que minhas palavras me livrem de mim mesma. Que a dor seja menor que outrora imaginei aguentar.
Que meus olhos enlouqueçam de vez e alcancem de vez a esperança utópica. Que eu pare de dizer que essa vida não dará em nada, sabendo tomar uma forte para me alienar.
Que eu não confie nem em mim, na minha tristeza, no meu soluço que sufoco todos os dias quando abro a porta da minha casa e vejo a brisa dizendo que é hora da luta.
Que a vida não me seja mais uma luta, que não doa a hora que abro os olhos na minha cama pela manhã, quando desligo o chuveiro, quando acordo de um breve sonho no ônibus ou quando chego ao terminal Ana Rosa e fico parada olhando o farol. Que essa falta de habitação não me caiba mais.
Que as velas não faltem, já que as luzes tem (falhado).

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