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8 de novembro de 2013

A poesia de cada um é o que dignifica!

É quando olho em teus quadros e não me vejo, entre seus sorrisos não me encontro, entre os farois da manhã e os da tarde, sou eu quem não está do outro lado da faixa.
Eu que sempre exato baixei a minha guarda, tirei a cortina das janelas, abri as portas, cerrei as fileiras. Eu, que hoje não me vejo, não estou, não me encontro nesse seu mundo doce, nesse seu mundo belo que meus pés pisoteiam nos sonhos.
Mancho suas telas brancas com barro, mancho tudo sem nada colorir.
Eu. Só eu que não carrego o dom de pintar-lhe na cara um quadro feliz.
Eu. Que antes de cansar a ti, cansei a mim.
Eu. Que já me desfaço de tudo, que já não sou ou estou.

Eu. Que mirei de ti as mais pesadas palavras, recolhi como flores, silenciei e fui pra mais perto do que é meu. E vi voar.

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