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3 de janeiro de 2015

Tela de rotação ativa, a onda bate e separa no sal os diferentes lados de uma mesma face, eu.
Um mergulho talvez seja um caminho mais oportuno, mais terra, menos onda.
O verde imenso como a colina alta na direção norte do litoral. Será mesmo que assim encontro meu lugar?
Fim de temporada, caminho, distância e consciência.  Talvez exista uma parada logo à frente, talvez essas braçadas que fazem cansar enquanto procuro o fundo da terra renda algum menor absurdo.  Mais ar, menos afogamento.
Por um caminho novo que apenas olhar as ondas baste, onde se aprenda deixar as conchas sem carregá-las pra casa. Que a memória tenha o seu lugar.
Há um grande abismo entre o alcançado e o almejado, mas das vezes que meu pensamento acompanhou meu passo e minha tranquilidade, aprendi que do mar infinito nada físico se carrega pra casa. O mar sempre será o lugar das conchas. Deixe-as todas lá.
De todas as coisas não tenho em nenhuma manhã ou tarde de sol abandonado o que sou. Não tenho me alterado por ócio. Pois enquanto a brisa e o silêncio reinam, descubro que meu verdadeiro ócio é aquele que encontro lá no mais profundo, o resto é sacola plástica atirada no mar - que suja e assusta, mais nada.

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