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6 de setembro de 2011

A Nega

A nega é forte, tem o cabelo duro mais bonito que se vê pelas ruas de São Paulo. A nega faz as unhas e sai aos bares para fazer revolução.

Mãe de si mesma, incapaz de esconder as belezas que Deus lhe deu. A nega é forte e doce, a nega é bruta e doce!

Têm os olhos mais bonitos, os mais molhados, ardentes e sensíveis que já vi. O olhar da nega não se detém nos muros...

A nega fala alto, discute amor, sexo e retrocesso; a nega rega as rosas sem querer o compromisso de amanhã cedo o fazer. Ela não quer colher, a nega na verdade não quer esperar para colher!

A nega não quer muita coisa, sem querer acaba tendo... Do sorriso da moça, o sorriso do moço e as minhas palavras.

A raça da nega é boa, não é preta e não é branca; ela é puramente o alvoroço da vida de hoje, da “filhadaputagem” de ser tudo isso e não querer ser porra nenhuma.

Mas ela é!

Um comentário:

Angelina Miranda disse...

Nossa! Gostei disso, suas escritas estão em constante evolução e revolução.