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10 de setembro de 2011


Tudo era mar, lembro que nadava afundando bem a cabeça. Meus olhos permaneciam abertos sem entender nada, mas uma sensação de contentamento pairava no meu ar.
Lembro que me faltava o ar, estava totalmente submersa me afogando no gosto doce da água de mar.
A água foi cristalizando, perdendo força, solidificando. Eu, que não queria dar nome, vi o insolúvel tomar forma. O insolúvel vi começar a descer à terra enquanto inutilmente tentava segurar.
Foi assim que o mar que eu nadava cristalizou e se quebrou em tantos pedaços que não sei (não consigo, não tenho como) contar. Tiro da minha própria pele umas lascas, já nem dói.
Agora sim os braços estão moles, entendo que existem etapas que se repetem, e repetem e re-repetem para nos "amortecer" de todo o resto. Amadurecendo a gente aprende a sofrer por si mesmo, mais ninguém.
Mesmo que os cristais se quebrem e se espalhem, se os unir no futuro voltam a ser o mar que outrora me fez feliz.

(06/09/11)

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