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21 de janeiro de 2012

Embaixo de suas pernas, paisagem corre

Quantas vezes se descalçou para entrar, quantas vezes tudo foi o suficiente, e quantas inúmeras vezes, o universo inteiro, com tudo, também não foi o suficiente? Peça por peça do seu figurino é tirada. A nudez antes de uma vestimenta nova.

Sorri. O mergulho é na areia, de secura e concretude. Se esvai os devaneios, sentando a bunda na poltrona da vida. Ereta e solidificada, as partes não se dividem mais - quem sabe as gotas se multipliquem, mas é em terra seca que se nada.

O chão se multiplica, é preciso mais que papéis, mais que sonhos, mais que sim, mais que não; mais que tudo isso para mudar. O "quase" se espalha no ar, e depois de muito tempo, tudo debaixo da areia (que não era de construção) é dispersado no ar como incenso. Cada toque, cada passo, cada "fotografia engasgada", cada ir e cada voltar. Para ganhar (perda) mais pedaços (tempo) com aquilo que realmente combina com seu cenário.

(Em nome de tudo que já fora derramado, arquivado e revisado)

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