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26 de maio de 2012

DECIFRA-ME OU TE DEVORO

Tens um ponto na orelha que sussurra diariamente "Decifra-me ou te devoro". Relembra a paridade com Édipo, intrínseca nos textos da adolescência, e hoje palpáveis, abusadamente mordidos e mastigados nas relações sociais, nos sonhos e na grandeza dos abismos que visita (diariamente).

A existência é uma vertigem sem gozo, sem querer absoluto. O viver em, o estar no, a ida ao, a viagem para... sempre parecem o start que alguém te deu (com tapinha nas costas). As coisas belas se perdem tantas vezes, as frases dedicadas, o encontro das peles... Esse script que cada um segue é tecido com arames, e isso é necessário não permitir, não aceitar, quebrar o mundo e passar por cima da mitologia universal. 

Quase sempre não responder ao enigma se torna um amontoado de palavras, de escrita sem razão. Mesmo assim, nesse viés (aparentemente justo) não se corta menos quanto acontece entre os personagens quando diante da Esfinge.

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