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24 de maio de 2012

DO QUERER

O corpo todo formigando, por dentro as paredes encharcadas e alguns dos nervos com inflamação. O que palpita, relembra tudo como se este fosse o momento real que os fatos aconteceram.

E quais são os fatos, o que é tão importante ao ponto de fazer daquele corpo um pedaço de trapo rasgado, sangrando em um pedido infernal, por um tocar de olhar deitado sobre a estranha pele? Um pouco doloridas, as mãos, a face, a boca, o olhar nu na plenitude de um desejo. A necessidade é de palavra, versos recitados pra dentro daquela boca.

Onde estarão os freios que seu silêncio pede? Onde guardam a chave dessa pele dela, intocada por dentro, não conhecida mais profundamente, mesmo por aqueles que entraram?

Onde mora o sorriso, a cama em que deita, o segredo do murmúrio que impede o complemento de suas frases? Onde é o ponto fraco destas lágrimas para que as flores daqui possam crescer e ocultar?

Por que ainda esconde o corpo? Por que priva o mundo de sua voz doce? Por que aquela alma se guarda assim, longe do mundo simples que sestas palavras apresentam? Por quê?

Por que céu? Por que grão? Por que som? Por que ainda tentar (.), (?)? 

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