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4 de agosto de 2014

Lidar com o pequeno e a confusão da cabeça, quanta coisa guarda as correntezas que nos atravessam sem sinais de chegada. O peito ferve.

Tem dias que o calor do céu cozinha o corpo da gente na terra, e o azul que era para ser sorriso esclarece apenas o olhar duro, desvenda o peito feito de pedra e aço que bate de fronte e destrói o resto.

Dias assim vou me empoeirando, a força da correnteza me esbarra, me espalha, me consome.

“Eu li um soneto de amor
Que as lágrimas que tu não chora (Iaiá, Iaiá)
Se escondem num rio dentro de tu”

O soldado do mar fez os cumprimentos na última noite, espumando engoliu, mastigou e devolveu: poeira diluída. Nesta sobra, a sombra da imagem do que um dia fui. E vai sendo muita realidade.


E depois de tanta forma e decomposição, o mar vira gota. Secando. 

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