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1 de agosto de 2014

Porque o instante existe e as notícias vão chegando pertinho da gente pra dizer de um novo tempo. Torno as linhas mais próximas, retomo meu vício de curvar pra dentro, e danço. Uma chuva de novas palavras, nada revive.
Chove do céu minha vida.
O silêncio tem forma, sou eu chegando em casa, observando o pêndulo de pássaros balançando a baixo do batente. Me desespero, a nuvem de água parada lá em cima da cabeça. O pensamento pesa.
A memória ri de mim, choro ela. Perco minha forma enquanto o sol desce, a lua bonita sobe, e o sol sobe; assim a plenitude passa – eu fico. Ao invés de me achar, me perco mais; soluço o susto, revivo todo dia a mesma coisa no peso do pensamento. Quanto pensamento mudo, me envergonho!
Quais serão os limites em ser leal à própria dor? Deixa estar esse tempo, pois nada se faz em casos como este – quando tudo desgasta a pele.
Não basta apenas não estar feliz, a dor de destruir a imagem linda do mar me encerra. Nisto vejo minha única consciência entre essas palavras pequenas. Vai morrendo mais uma parte. Gasto-me.




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