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22 de julho de 2014

O que não tinha

Os olhos azuis, a pele clara, delicadeza, silêncio
Nada disso tinha
E era essa ausência que eu amava
A falta dessas coisas
Desses tons.

O que não tinha era o que mais enxia de cor seu ar

Não chorasse hoje a perda de sua perfeição jamais existiria
Não lembrasse hoje, não pensasse a ausência da ausência de perfeição
Não seria eu.

E se um dia nada mais me fizer falta, então já não existiremos
Coisa triste é coisa pouca.

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