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23 de julho de 2011

Da mãe...

Na cabeça dela, o que deve passar agora? Com certeza deve estar a sentir-se um fracasso, porque não foi nada disso que planejou nos últimos 18 anos de sua vida de 41! Está um silêncio aqui, fico a lembrar da cabeça baixa quando saiu ; muito que falava -e repetiu várias vezes- era para não esquecer as portas e janelas abertas. Estava incomodada, eu sei... Como se ela tivesse tirando os grilhões, e que sua ida significava claramente em nossa feição a promessa silenciosa de paz. Até os vizinhos mais íntimos olhavam e sorriam em tom de ironia. De repente doeu novamente, era como se ela estivesse saindo perdida mundo a fora, sem calçadas ou canteiros... "É preciso ir pra poder voltar". Sim, é preciso pra encontrar o eixo certo, localizar o norte e se deixar guiar pelo amor; assumir por si seus erros... Cada um reconhecerá o seu, enquanto isso deixo uma janelona aberta pra mulher que me ensinou muita coisa que eu posso ou não ser, sendo simplesmente ela: confusa, tranqueira, e acima de tudo aquilo que nunca terei como mudar, sendo minha mãe.

Te amo.

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