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2 de julho de 2011

Deixem-me!

Deem à ela o direito de um grito de liberdade!
Uma porta de saída, uma brecha, uma fresta, um escape!
Deem à ela uma porta, talvez até janela, pois se não ver o mar terá ao menos visto lagoa
Deem à ela um sorriso menos doloroso, um analgésico entorpecente, uma paz ligeira
Deem à ela ou só permitam que ela use e desuse uma vez sua vida, sua própria vida suspensa
[suas neuras plantadas por demônios ditos anjos....
Deixem-na gritar uma vez, rasgar com cacos o sangue pisado dos pés

(deixem-na sangrar)

Permitam que ela toque os cães que lhe dão medo para que ela vença o receio guardado em si, ou deixe ela ser devorada por dentes caninos, mas deixem-na.
Tudo emaranhado em névoa, cachos castanhos hoje com 30 centímetros

Ela, por inteira frágil.
Deixem-na!
Deixem-me!

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