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25 de julho de 2011

Pessoas

Quando você atravessar a rua, olhe o outro lado; por você, por mais ninguém. Parece o início de um ridículo discurso narcisista, mas não será... Em alguma hora você olha para fora do teu corpo, para acusar um outro corpo ou para se apoiar em outro corpo. Vejam mais do que sua vista alta vê hoje, veja que você é mais um.
Veja que muitos -de tanto pensarem em si só- olham para o outros, pois garantindo no outro e investindo no outro acreditam estarem vivendo para si. Creio que não seja verdade. São pessoas que fazem o contraste da vida alheia de ponte, e acredite, isso está tão perto de cada um de nós que somos humanos que nem o discurso mais fantástico, ou o filme mais realista me faria pensar o contrário.
Sabe o que é ter a necessidade de ter mais, de ser mais, de aproveitar mais? Sabes? Queres? E como buscas? Em algo, em alguém de alguma forma! Uns de maneira mais honesta, outros menos; somos um todo em que cada um se prende à um pedaço-corpo, à uma felicidade-outra, uma fé-outra. Esse é o desenho colorido para quem tem medo e busca inebriar-se no desespero ou bote salva-vidas alheio. Tem outros, milhares de outros que não querem nada além de apagar um outro que ficou pra traz, mas que mexe na poeira de lá de traz... Existem tantos, acho que nem se percebem existentes!
A nossa realidade não é um filme de terror, mas também não é um conto de felicidade. É importante observarmos o que cruza nossa estrada; as pessoas, os sentimentos mais diversos, nossos atos. Essas palavras hoje tão confusas, no futuro podem fazer mais sentido; para os mais "íntimos" farão algum sentido -não sei-, mas também já não tenho medo de saber!
Viver tem sido entender que nem tudo faz sentido agora, que algumas coisas irão para o lugar, outras não irão e outras nem saberão seu lugar... Pensar por aqui é tão bom quanto sentar no bar e conversar com uma amiga enquanto toca música boa. Estamos presos na prática diária: a minha pode ser essa, a sua pode ser qualquer outra... A tentativa inconsciente de não-rotina pode tornar-se a rotina mais descarada na vida de uma pessoa! Essa sensação de agora diz que foi dito o que era para dizer: à mim mesma e a qualquer outra pessoa que tenha a curiosidade, porque nessa vida ninguém é inerte de nada, passamos o tempo todo saciando as nossas vontades. Saciada a minha fora!

*1° depois de Como esquecer

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